segunda-feira, 4 de julho de 2016

Eppur si muove












Mesmo sem você, brilhará o sol
E se eu te perder de vez, brilhará o sol
Mesmo que a maré despeje peixes mortos pela praia
E que a floresta torne-se um deserto imenso e os rios sequem,
brilhará o sol

Mesmo em meio a dor, brilhará o sol
E no fim de todo amor, brilhará o sol.
Mesmo que eu me rasgue todo em desespero, nu em pelo
Mesmo sob a noite do maior dos pesadelos,
brilhará o sol

Que vã pretensão
De ser mais que o chão
De ser mais que lama e lodo e limo e lixo
Toda imensidão
Do meu coração
Perde-se nas chamas do desejo infindo.

Para os que sofrem, brilhará o sol
Para os que gozam, brilhará o sol
Para os que se explodem numa rua suja de Bagdá,
Pros excomungados, para os santos sem pecados,
brilhará o sol

Se tudo acabar, brilhará o sol
E nada sobrar de nós, brilhará o sol
Mesmo sob toda escuridão e além do breu,
Mesmo que o planeta exploda com você e eu, brilhará o sol.