Para meus amigos de trincheira
Na manhã seguinte,
depois da grande tempestade,
havia, espalhados pela praia, restos de uma grande
embarcação
muitos corpos jaziam de olhos abertos,
estáticos, aterrorizados,
e um silencio assustador berrava do oceano
- Tempo de ceifar, tempo de ceifar –
mas um deles levantou-se
e começou a juntar os pedaços
disciplinadamente
recompondo-os obstinadamente
na tentativa evidente de reconstruir a nave
no que foi seguido por outro e mais outro
e mais outro
e logo todos estavam trabalhando sem medo
e cantando alegremente contra o vento e contra as marés
- Tempo de reconstruir, tempo de reconstruir –