terça-feira, 14 de agosto de 2018

De escritores e seus livros















Ei-lo, com seu livrilho,
desfila a face orgulhosa pelo Face
sorrindo para a lente digital de um celular:
Pose ensaiada na falsa cara séria de escritor que lambe a cria
e carrega nos olhos a esperança de prêmios e da conquista
do amor das mulheres ou dos homens
- como dizia Sigmund entre baforadas.
Será sempre assim
num país onde não se lê:
Suas obras expostas no Instagram, no Whatsapp,
regurgitam, em pigmento e gramatura, a sua fé
a mais rasteira, a mais chã, a mais profunda crença dessas criaturas de Carbono e amoníaco:
a aposta na sobrevida, apesar das garras do espetáculo
cravadas em seu pomo de Adão, sufocando o grito e o gozo demoníaco
da sombra que assombra a vaidade.
Este é um mundinho besta, né, Carlos?

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