segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Ganimedes







Quisera eu que um deus alado
em seu desejo me provesse
com seu furor e um longo abraço
e ao fim restasse que eu me desse

inteiramente, corpo e alma
Sem opção: nem não, nem sim
e dessa forma, em total calma,
eu me entregasse ao gozo, enfim.

Submeter-me aos seus caprichos
entre a carícia e o gesto irado
Sei bem que os deuses são lascivos

Devoram almas aos bocados
E a nós o doce sacrifício
o bom destino, o leve fado?

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