segunda-feira, 25 de junho de 2018

Oximoromaquia













Pensando o poema, me vejo assim emimesmado
compondo aporias:
Supérfluo imprescindível?
desprezível mais que necessário?
Que dizer da poesia
já não dito e silenciado?
Será talvez, e realmente, o nada que é tudo
no símbolo pessoano encalacrado?
Onde, ó musas tortas, onde o poema?
No verso e fora dele? Na asa e fora dela?
No avesso e desaforo
de um inverso verso áporo sem foro?
Desabrigado? Sem teto? Sem casa?
Senhor deus dos desconsolos
Onde o poema? Que é da poesia?
É mesmo tudo? nonada é?
Emimesmado sigo rascunhando
Meus versinhos, derramando-me
expondo minh’alma fingida no varal
e o resto é o vento, o vento, o vento...
soprando meu silêncio.

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