That Which I should Have Done I did not do (The Door)
Ivan Albright
1931/1941
Teclo em silêncio os berros
que a tela imprime em meus olhos
Nesse momento estou só.
Também em silêncio, as dores
que o computador desenha e expõe
à minha figura solitária.
Questão de modos, de medos
ou de moda, sabe-se lá onde residem
os desejos não satisfeitos...
Talvez num verso estragado,
numa canção sem refrão,
na descrição de um pássaro,
de um pasto, de prédio,
ou mesmo numa aquarela muito aguada
Quem sabe num longo parágrafo
de um romance nunca lido
escondam-se os desejos não gratificados?
Então não devo – nem vou - cobrar-me,
exigir de mim o berro que o silêncio imprime na tela
e a dor que, em silêncio, se faz pixel e se oferece
à minha solidão. Não.
Meu papel é berrar e doer
como todo poeta berra e se dói
em seus desejos insatisfeitos.
Maravilha, Léo!!!
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