sábado, 9 de fevereiro de 2019

Poeminha japonês



















para Mishima




Um dia espada,
outro crisântemo
Quem há de não saber
o quão distante são
horizonte e vertigem
- irmãos da miragem -
no peito de um homem?

E no entanto, em
perto, dentro, aqui
como raiz de rododendros
em jardim de pedras
ígnea delicadeza
plácida rutilância
seiva e magma
pulsação e silêncio.

Se o avesso é vero
e vário o exposto
eis por que espada
eis por que crisântemo
eis por que o corte
eis por que eu sangro.

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