quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

O claustro


É tarde, meu amor, eu vou pra longe
Me arde a pele inteira e não há febre
Meu coração tornou-se o lar de um monge
É a minha adoração que o protege

Meu corpo é o instrumento que ele tange
E faz vibrar com suas mãos macias
Que encantam deuses, homens e falanges
compondo em mim perfeitas sinfonias.

Estamos pelas ruas de mãos dadas
Mas ninguém vê as nossas mãos coladas
As nossas almas juntas, corpos longe

É como se eu sonhasse acordado
O nosso amor profano é tão sagrado
Eu sou teu claustro, amor, e tu meu monge

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