Repare
bem
na
indignação descarada
explícita
e cheia de razões
mas
tão inofensiva quanto infensa
-
todos berram seu desprezo
no
conforto screen de seus lares -
Brumadinho,
Mariana, Marielle
(Débord
dançou no espetáculo digital)
e nos
fomos, rebanho puto,
em
direção à desgraça.
Nosso
modo de fazer revolução
zapeando,
instagramando, facebuqueando, twitando
na
bolha zizequiana do real
nos
garante um lugar virtual de fala: fálicos e falidos
fadados
eternamente ao curtir e descurtir
polegares
romanos apontados para cima.
Nós,
fantasmas da grande rede,
carpideiras
de um tempo que não tem fim
alimentamos
uma revolta nunca concretizada
uma
fome, um desejo, uma vontade
nunca
saciados...
E tudo
continua como está
ou
cada
vez pior.
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