Canção de
amigo
O que amo em ti
não vejo, sinto e choro
o amor é sempre assim:
prazer e dor ?
Quisera não amar,
fingir o amor
e assim fingindo a
dor, fingir o adoro.
E o gozo então
seria nau sem mastro
ou mastro nu sem
velas; ou mesmo a vela
sem vento; ou
imbatível caravela
sem rumo, mar, sem
porto, rio ou lago.
Se quero ver-te,
quero o que não vejo
aquela chama leve
sob a carne
do herói de mil
batalhas que invade
a minha cidadela
sitiada
deitando ao chão a
frágil e vã muralha
que
ergo apenas para que ataques.
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