Enquanto o rei descansa em seu divã, meu nardo exala o seu perfume;meu bem-amado é para mim um saquitel de mirra, que repousa entre os meus seios;
Cântico dos cânticos, 1
Canto I
Olha, amor, a manhã surgindo imensa e mansa
Como manso e imenso o meu coração sem
medo
Feito um barco calmo
ondulando
em tua respiração vou
navegando.
Sente o perfume de nardo em
seu peito ?
Há pouco, fúria, fome e gozo
De prazer um mar revolto
Arrastando margens, praias e
sereias
Nossos cascos, crinas e
galopes
Num pasto proibido e
desejado.
Dois cavalos mastigando o
vento
O capim desse desejo então
sagrado.
Agora, a mansidão do sono
afetuoso
Em repouso, teu arco viril jaz perfumado
De minhas cordas tensas,
agora mudas
Ansiando a vibração do toque
virtuoso
Vê, amor, a noite, em nós,
ainda persiste
na acesa brasa que seu cheiro
sopra
Em combustão incendeio a
calmaria
E seguimos nós compondo
Sinfonias
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