Para Pedro Nava
Quero morrer num banco de praça
Sob enormes árvores, muita sombra
E um vento úmido envolvendo meu corpo frio.
Ser encontrado assim, cabeça pendendo
No banco da praça, num parque
no vazio de uma tarde de outono
com folhas secas voando a minha volta
como pequenos pássaros esquálidos
e o canto de cigarras amarrando pégasos
borboletas azuis carregando raios de sol
Não serei nada além do estranho corpo
olhos semi-cerrados
um leve riso nos lábios
descansando, finalmente, dessa chatice
Que é viver uma vida alheia
Uma longa vida alheia
E agora, o fim no banco de uma praça,
Como Nava, como um nada,
Livre de todos os desejos
E todas as frustrações
Descrente de todos os milagres.
"...descansando, finalmente, dessa chatice
ResponderExcluirQue é viver uma vida alheia
Uma longa vida alheia..."
É isso. E me pergunto: O que fiz da minha vida?
Grata, Leo; por muitas vezes um leitor da minha alma.