terça-feira, 3 de junho de 2014

Quatro cantos de amor - Canto III








É a liteira de Salomão, escoltada por sessenta guerreiros, sessenta valentes de Israel;.todos hábeis manejadores de espada, e exercitados no combate; cada um deles leva a espada ao lado por causa dos terrores noturnos.
Cântico dos cânticos, 3.




Abraça-me que todo o mal do mundo
há de se afastar de nós. Eu sei, eu sinto
Pode a noite vir pesada e fria
E o dia nos brindar com escuras nuvens
que no teu abraço encontrarei a calmaria
Podem as tardes se pintarem de angústia
E nas manhãs, flores gris e melancólicas
Emoldurarem uma triste paisagem
Que no teu abraço encontrarei a alegria.
Por isso, chega perto de mim sem medo
Exatamente assim como me entrego
E crê no que te digo neste instante:
Não tema a dor, a febre, a chaga
Tampouco a vinda da velha indesejada
Não tema a noite, o fim, a estrada
Nem o abismo que acompanha a caminhada
Pois sou teu porto calmo e mar tranqüilo
o ninho onde pousas a tua asa
Sou teu abrigo amigo, tua cama
Vem, sobre meu corpo, deita tua alma
Que vou te proteger de toda ameaça
Como um guerreiro brandindo sua espada
Defende seu castelo, sua muralha
E mesmo quando nos colha a morte um dia
E o teu braço seja apenas carne fria
Os versos que te fiz farão de ti
O corpo cálido que morte alguma acaricia
E no combate que esta vida nos reserva
Farei da minha pena de poeta
Maneira de lutar e proteger-te.
E se hoje peço que me abraces, me protejas
Eu sei que o faço, pois teus braços são poemas
Cujos versos entoamos em silêncio
Tua boca em minha boca, rima rica
Preciosa construção de dois guerreiros.



Nenhum comentário:

Postar um comentário