terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O RIo manso





Paulo Klee, The Goldfish (1925)






Era tua a mão que me colhia quando flor,
abrindo as pétalas para o sol, me via
Ah, meu finado amor!

Tua a mão que me acolhia quando em dor
me abria em prantos para a amara via
Ah, meu finado amor!

Teus os olhos que apontavam as caves
na noite escura quando não se via
nada além das sombras que me perseguiam
Ah, meu finado amor!

Teu o braço forte que me protegia.
Era tua a língua que eu tanto sorvia
que me alimentava, que me consumia
Ah, meu finado amor!

Teu o peito arfante que se apresentava
para meu repouso e onde me aquecia.
Ah, meu finado amor!

Era tudo teu como só teu me via
e hoje nada disso mais tem serventia,
pois são tuas as mãos que me fecharam a porta

quando eu mais te amava e mais te queria


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