sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Vertigo















ou
a poesia é o piercing cravado no umbigo do sonho


sonhei comigo e o migo era real
no sonho, o eu sonhado não sonhava
rabiscava a giz o meu retrato
e era real meu rosto retratado

no flash de um momento-esparque
acordava o eu real grafado a giz
e apagava o migo-eu que o desenhara
que era aquele com quem eu sonhava

sobrava-me, em sonho, o desenhado
Lázaro que da névoa-nódoa me acenava
dizendo-me que o real era matéria
que o sonho, ao ser sonhado, eliminava.


Nenhum comentário:

Postar um comentário